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09/DEZ/2024

Cinema brasileiro tem recorde de público, bilheteria e lançamentos

Ao todo, foram 126 longas nacionais contra 82 do ano passado, aumento de 54%

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Estado de Minas Publicação:02/12/2013 10:03Atualização:02/12/2013 09:12

Minha mãe é uma peça arrecadou mais de R$ 49 milhões  e está em quarto lugar na pesquisa; a sequência está em fase de pré-produção  (Downtown Filmes/Divulgação)
Minha mãe é uma peça arrecadou mais de R$ 49 milhões e está em quarto lugar na pesquisa; a sequência está em fase de pré-produção

Duas mulheres fizeram a alegria do cinema nacional este ano. Uma delas, diga-se, é um cara. O ator Paulo Gustavo travestido de dona Hermínia, esposa abandonada pelo marido em Minha mãe é uma peça, filme brasileiro de maior bilheteria do ano, que ocupa o quarto lugar entre os top ten. A outra mulher é Alice, empresária de sucesso, dona de um sex shop. Na segunda aventura da franquia De pernas pro ar, a personagem de Ingrid Guimarães decide abrir sua loja em Nova York. O longa está no 8º lugar entre os 10 mais do ano (veja box com o ranking).

Apesar de uma personagem ser a mãezona tradicional que não larga o pé dos filhos e a outra, supermoderna, as duas comédias têm muito em comum além de provocar risadas. Primeiro, o sucesso dos longas garantirá suas sequências: Minha mãe é uma peça 2 está em fase de pré-produção e terá o mesmo diretor, André Pellenz. Já o terceiro filme da franquia De pernas pro ar sairá em 2015, com o diretor das anteriores, Roberto Santucci. Tem ainda a presença de Ingrid Guimarães nas duas tramas. Ela é a tal mulher por quem dona Hermínia foi trocada no filme de Santucci, além da sexualizadíssima Alice, no longa de Pellenz. Mais: ambos foram distribuídos pela dobradinha Downtown Filmes/Paris Filmes. E o proprietário da Dowtown, Bruno Wainer avalia que, "dos 27 milhões de espectadores, pelo menos 17 milhões são fruto dessa parceria".

Os dois longas deram contribuição fundamental para sacudir o mercado cinematográfico nacional este ano, que, além do recorde de lançamentos (foram 126 longas nacionais contra 82 do ano passado, aumento de 54%), teve recordes de público e bilheteria (R$ 260 milhões). A matemática não mente: o Brasil parece ter encontrado a equação de sucesso para filmes com qualidade de mercado. Especialistas celebram os números, comentam o fenômeno e se arriscam a contabilizar futuro promissor. Ainda que admitam: para essa equação não há fórmulas.

Vantagem Proprietário da Downtown Filmes, Bruno Wainer ri quando questionado se é o dono da “varinha mágica” que distribui sucessos. Afinal, estão relacionados ao nome da empresa longas como Olga, Os normais, Central do Brasil e Cidade de Deus. “O que a gente tem neste momento como vantagem em relação à concorrência é que a Dowtwton e a Paris estão mais focadas na questão do cinema brasileiro, não distribuímos estrangeiros. Essa política mostra resultados nesses números e vamos torcer para continuar assim. O line-up para 2014 é muito bom. Será um ano excelente. Teremos a Copa do Mundo e as eleições, mas o que isso tiver de interferência terá para o cinema estrangeiro também”, afirma Wainer.

Wainer considera mais importante que o aumento de títulos o crescimento da oferta de filmes competitivos, com “qualidade comercial”. “A ocupação desse espaço não tem relação com o maior número de lançamentos”, avalia. Para ele, “o poder público entendeu que o cinema é sobretudo atividade industrial. E o foco das políticas mudou diante dessa nova visão. Temos mais linhas de financiamento. Nosso mercado estava tomado por nosso oponente (o cinema internacional), que cobria mais de 85%. Isso refluiu”, avalia.

Perspectiva André Sturm, diretor do Museu da Imagem e do Som (MIS/SP) e presidente do Cinema do Brasil (programa que leva filmes brasileiros ao exterior), também credita o momento aos investimentos e principalmente à mudança de perspectiva (“de uns cinco anos pra cá”). “O Fundo Setorial do Audiovisual traz investimentos parcialmente retornáveis e o produtor que faz filme que gera retorno ganha o próximo financiamento. Isso estimulou produtores. Temos de um lado projetos mais comerciais, de outro, mecanismos para que distribuidores peguem recursos para investir na produção de filmes, recursos que ficavam nas mãos das majors. De 2007 a 2008, ficavam quase todos com a Columbia, a Warner... Esse incentivo criou essa linha para a Downtown, a Paris e a Imagem Filmes, que passaram a ter recursos para projetos nos quais apostaram comercialmente”, destaca.

Estreias

Dia 6: Anita & Garibaldi, de Alberto Rondalli; Educação sentimental, de Julio Bressane; A floresta de Jonathas, de Sergio Andrade. Dia 20: Eu não faço a menor ideia do que eu tô fazendo com a minha vida, de Matheus Souza; Minhocas, de Paolo Conti e Arthur Nunes. Dia 27: Até que a sorte nos separe 2, de Roberto Santucci; Mar negro, de Rodrigo Aragão; São Silvestre, de Lina Chamie. (Fonte: Filme B)

TOP TEN 2013

Os 10 mais do ano/por renda/milhões

1 – Homem de Ferro 3 – R$ 96.942
2 – Meu malvado favorito 2 – R$ 80.451
3 – Thor 2 – O mundo sombrio – R$ 54.081
4 – Minha mãe é uma peça – O filme – R$ 49.493
5 – Velozes e furiosos 6 – R$ 49.371
6 – Wolverine – Imortal – R$ 49.078
7 – João e Maria – Caçadores de vampiros – R$ 48.658
8 – De pernas pro ar 2 – R$ 44.069
9 – Detona Ralph – R$ 42.715
10 – Universidade Monstros – R$ 37.269
Fonte: Distribuidoras/Pesquisa: Filme B

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