Coluna Favas Contadas faz um tour pela gastronomia da cidade
O retorno de um ícone
Exatamente dois anos depois de encerrar as atividades do restaurante Aquavit, instalado em seu endereço particular na ML 12 do Lago Norte, à beira do Paranoá, o chef dinamarquês Simon Lau Cederholm reabre amanhã, em outro endereço — a Casa de Chá do Jardim Botânico, onde retoma a gastronomia no ponto em que começou: sanduíches nórdicos.
Dezessete anos atrás, na véspera da Copa do Mundo de 1998, antes de o Brasil ganhar por 3 x 2 da Dinamarca, o arquiteto e dublê de gastrônomo Simon Lau, que trabalhava na embaixada de seu país em Brasília, preparou uma mesa de comida típica, a pedido desta colunista. Chamam-se smorrebrod os sanduíches abertos dinamarqueses, que levam pão preto, salmão defumado, batata, tomate, ovo, maionese e cebola entre os principais ingredientes.
Piquenique no Jardim
“A ideia é que os visitantes possam pegar os sanduíches e a bebida (além de sucos, há vinhos e cervejas especiais) e fazer piquenique no gramado em volta do restaurante ou nas próprias mesas”, explica o chef, que comanda a casa com o sócio Luis Otávio Paiva e uma brigada de oito pessoas. Esse serviço funciona só aos sábados, domingos e feriados. “Mas neste dia 7 o Jardim Botânico não abrirá”, avisa Simon.
A qualidade do combo começa pelo pão preto, feito na casa, segundo receita nórdica. Recebe uma camada de manteiga para “impermeabilizar” a fatia. Assim, ela conserva a umidade da maionese que a cobre com as folhas de alface, dill, flor de sal e cebola sempre crocante — o grande diferencial. O de batata (R$ 15 - foto), indicado também a quem evita carnes, guarda o requinte de vir com a casca do tubérculo frita e crocante, como se fosse um ornamento. Também no pão preto vem o de roast beef por R$ 25.
Ingredientes amazônicos
No cardápio, há entre 10 a 12 diferentes sabores para o smorrebrod, que tem até uma pegada brasileira, como o pirarucu defumado frio com maionese de tucupi e flores de jambu sobre o pão 100% dinamarquês.
Um dos mais típicos é o de salmão marinado durante 48 horas, mas esse, conforme reza a tradição, não vem no pão preto.
Num lugar aprazível, rodeado de espelho d’água, a casa de chá foi reformada para receber o Aquavit, cujo salão ocupará o primeiro andar. “Ainda não tem data para funcionar, queremos primeiro ter o domínio completo da operação”, explica Simon Lau, que conseguiu acesso exclusivo para o restaurante. Assim, o cliente não necessitará percorrer os 2, 3 quilômetros dentro do parque para chegar ao local. Telefone 3366-4686.
Surpresa na entrada
Você não precisa mais se programar ou fazer reservas para desfrutar da mesa criativa e autoral do chef Emerson Mantovani. Ele transformou o piso térreo do Trio Gastronomia, no Bloco A da 213 Sul, num bar com 20 lugares, onde serve almoço executivo, cuja “entrada será sempre surpresa”, informa o menu. O que se pode escolher é o principal e a sobremesa.
Oferecido de terça a sábado, o almoço abre um leque de opções, como escalopes de filé ao molho de três pimentas com arroz cremoso com manga e gengibre (R$ 45); filé-mignon suíno ao molho de cardamomo e café, batata-doce à la duchesse e crocante de couve manteiga; e crepe de verduras e cogumelos ao molho de açafrão e cachaça, ambos por R$ 32 cada um.
Outro destaque é o rondeli de bacalhau com molho de limão- siciliano, por R$ 45. Já as sobremesas variam do cheesecake da Lalá — criação de Larissa, a primogênita das três meninas que inspiram o nome do restaurante —, creme de caramelo com Jack Daniels e brownie de chocolate com cerveja stout. O chef promete trocar o cardápio a cada 60 dias.
Concebido como bar à vin, o espaço mantém varejo em produtos gourmets e quase 100 rótulos entre brancos, tinto, espumantes e rosés, que podem vir em taça ou na garrafa, além das cervejas artesanais, cachaças orgânicas e bebida sem álcool. No cardápio regular, há 20 opções de entradas frias e quentes. Funciona das 12h às 15h e das 18h às 23h. Telefone: 3346-2845.
Selo de qualidade
Depois de passar três anos atendendo exigências de normas internacionais sobre produção pecuária sustentável, Ricardo Sechis colhe o resultado. A grife Beef Passion foi certificada pela Rainforest Alliance através da Imaflora (Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola). Beef Passion é marca de carne bovina construída pela família Sechis, que tem produção anual de 3.500 animais integrados ao meio ambiente.
“Fomos aprovados nos 149 itens que abrangem desde procedência, meio ambiente, bem-estar animal e medicina até desmatamento, que não houve nenhum nos últimos 10 anos”, conta. O gado é criado em sistema extensivo no Mato Grosso do Sul e confinado para engorda no estado de São Paulo.
Alguns restaurantes da cidade, como o Ancho, de Renata Carvalho, usam a matéria-prima. Fora da capital, renomadas casas já descobriram os bons cortes da Beef Passion, como o D.O.M., de Alex Atala; e o Vito, de Andre Mifano; em São Paulo. No Rio, são clientes Claude Troisgros, Roberta Sudbrack e Felipe Bronze. Veja o site.
Para todos os sexos brindarem
Segundo eles, o espumante gay é elaborado com uvas 100% Chardonnay, o que o torna leve e frutado.
Outro lançamento é 100% brasiliense: pétalas de rosas orgânicas cristalizadas preparadas uma a uma por Renata Mandelli, que participa do Brinda com suas deliciosas geleias.
Trinta vinícolas confirmaram presença no evento que também serve comidinhas levadas pelas grifes Crepe de Paris, Empório Selecto, La Panière, Soho e Queijos Kapra. Ingresso à venda na Enoteca Decanter (208 Sul), Vino Prime (Brasil 21) e Adega Baco (Sudoeste) por R$ 60, se comprar antecipadamente.