Perdeu a graça

O eterno trapalhão Renato Aragão completou 80 anos. Símbolo de gargalhadas para várias gerações, entre as quais me incluo, o intérprete de Didi (personagem com o qual vive uma espécie de simbiose) é de uma época em que rir vendo tevê era muito mais fácil - como (e por que?) resistir às imitações de Maria Bethânia?

O tempo passou e aquele humor que fez tanto sucesso parece datado. A crise não é só de Aragão. Programas como o Zorra total, o escatológico Pânico na TV ou o CQC se limitam à fórmula que os consagraram e agora os desgastam. Vale lembrar que simplesmente trocar de apresentador ou de dançarinas não é se renovar.

Talvez estejamos mais rabugentos hoje em dia, mas é inegável o fato de que o humor da televisão está em crise, deflagrada seja pelo excesso da patrulha da turma do politicamente correto, seja pela falta de criatividade de roteiristas. Quem se esforça, como a turma do Tá no ar (filhote do clássico TV pirata), acaba se sobressaindo.

A solução parece vir da internet - sempre ela!. Sucesso na rede, os integrantes do Porta dos fundos estão sendo anunciados como salvadores dos humorísticos ao desembarcar na telinha. A televisão de Chico Anysio e Renato Aragão pede socorro. E não é uma piada.

Chegou!
Na Globo, a mulata rebola na tela. No SBT a pipa do vovô não sobe mais. Já é carnaval na tevê brasileira!

Ih, fora!
Com os principais campeonatos de futebol em pausa, não entendo porque as mesas redondas não perdem espaço na tevê. A discussão fica ainda mais repetitiva, quadrada...

Ô loco, meu
Os participantes do quadro Truque VIP se esmeram em fazer mágica, mas não tentam a melhor delas. Não dá para fazer o Faustão sumir?