Foi-se o tempo que o vencedor do BBB era o assunto na boca do povo no dia seguinte. Não duvido nada que alguns de vocês nem saibam que a 15º temporada do programa terminou. Eu mesmo soube dois dias depois. Apesar da perda de audiência gradativa, a atração ainda movimenta parte das redes sociais e justifica o investimento de anunciantes. A cada 10 televisores brasileiros, quatro estavam sintonizados no BBB, durante essa última edição. E me pergunto: por quê?

Embora eu seja crítico ao conteúdo e proposta do programa, a insistência do brasileiro em fazer uso do seu tempo livre para se entreter com pessoas confinadas gera um diagnóstico instigante. Podemos concluir que, assumidamente, temos satisfação em observar o outro? Somos atraídos por sexo, fofocas e intrigas? De fato, o apreço pelo trágico nos cai bem? Não há, de alguma maneira, um certo ar de zoológico nisso tudo? Estamos do outro lado da grade torcendo para que os seres de dentro justifiquem nossa atenção. Enquanto o BBB render e permanecer no ar, as perguntas já estão respondidas.

Outros tempos
A quinta edição do BBB foi a mais vista. Na época, a cada 10 televisores ligados, sete estavam sintonizadas no programa. O atual deputado Jean Wyllys (Psol/RJ) foi o vencedor.