Movimento Fora do Eixo inaugura embaixada em Brasília
O movimento reúne 250 coletivos de cultura em todo o país
Dríade Aguiar ainda não havia completado 17 anos quando ouviu falar do movimento Fora do Eixo, um grupo de estudantes, artistas, produtores e pessoas ligadas à cena cultural organizados em coletivos para lutar por inserção na cena cultural e social. A mato-grossense terminava o ensino médio e queria cursar jornalismo, mas não gostou de nenhuma proposta pesquisada nas universidades do país. Dríade queria trabalhar com comunicação fora dos moldes mercadológicos. Hoje, aos 22, ela é responsável por articular toda a comunicação do Fora do Eixo, um projeto que cresceu na contramão da lógica de mercado, mas de mãos dadas com conceitos cada vez mais preciosos em um cenário altamente sensível às relações em rede. Com casas que reproduzem e multiplicam a ideia do esforço coletivo para alcançar objetivos comuns, o Fora do Eixo inaugura hoje a residência brasiliense, com o Encontro das Redes, que vai reunir mais de 100 palestrantes e convidados em rodas de debate no gramado da 703 Norte.
A Casa das Redes — uma casa alugada pelo grupo na 703 Norte, com apoio da Fundação Banco do Brasil — vai funcionar como um ponto de referência para as 26 residências semelhantes espalhadas pelo país e para os 250 coletivos que hoje integram a teia de ação do Fora do Eixo. Além de fornecer hospedagem solidária para integrantes dos grupos que venham à cidade articular encontros ou promover a própria produção, a casa funciona como distribuidora de produtos culturais dos coletivos. Uma das prioridades em Brasília é a integração entre a cultura produzida nas cidades do Distrito Federal e a do Plano Piloto. “Existe uma diversidade, mas o Plano Piloto e as satélites não têm uma integração. Isso pesou muito para nós”, explica Dríade. “A casa é uma embaixada de todas as redes.”
Encontro Casa das Redes
Quarta e quinta, das 9h às 23h, na 703 Norte, Boco O, Casa 38. Inscrições gratuitas no www.casadasredes.org.br