Brasília-DF,
19/ABR/2024

Exposição Crer em fantasmas fica até 30 de junho em cartaz na Caixa Cultural

Para chegar à consistência dos quadros expostos na mostra coletiva, Fábio Baroli precisou fuçar o precário acervo de arte mundial espalhado pelas instituições brasileiras

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Nahima Maciel Publicação:27/06/2013 09:39Atualização:27/06/2013 10:08

Fábio Baroli voltou à Uberaba para buscar inspiração e retratar a violência presente nas brincadeiras infantis (Arquivo Pessoal)
Fábio Baroli voltou à Uberaba para buscar inspiração e retratar a violência presente nas brincadeiras infantis

Localizada no sudoeste de Minas Gerais, Uberaba é uma cidade de 300 mil habitantes, cujo cotidiano ainda guarda muito da dinâmica interiorana. Região de fazendas conhecida por ser o maior PIB agrícola do estado, a cidade começou a ocupar um lugar excessivamente vasto na cabeça do pintor Fábio Baroli. Nascido há 31 anos na periferia de Uberaba, no bairro de Cássio Rezende, na época um lugar violento, o artista saiu da região em 2003, para cursar artes plásticas em Brasília. Seis anos depois, deixou a Universidade de Brasília (UnB) com o diploma de bacharel em artes visuais e uma descoberta: era possível viver da venda de quadros. Para ficar mais perto de um mercado consistente, ele se mudou para o Rio de Janeiro e resolveu aproveitar.

A pintura de Baroli carrega uma estética atrativa, trata de temas contemporâneos e fala de um Brasil familiar. A combinação conquistou galerias no Rio de Janeiro e em São Paulo, onde o artista passou a ser representado a partir de 2010. As pinturas cheias de narrativas e referências contemporâneas também arrebataram os salões de arte. Em 2011, foram cinco prêmios, entre eles o do Salão Arte Pará e o Prêmio de Arte Contemporânea Iate Clube de Brasília. Mas, no ano passado, Baroli sentiu uma urgência: depois de uma década fora, precisava voltar à cidade natal, antes que ela virasse um fantasma na memória e nas telas.

“Estava trabalhando em uma série chamada Sujeito da transgressão, na qual começo a fazer um retorno à infância, procurando assuntos dicotômicos, um paralelo entre ingenuidade e perversidade”, conta. “Começo a procurar onde a transgressão acontece na infância, sendo que a transgressão é o rompimento entre um valor estabelecido, geralmente um problema moral. E acabo chegando à infância, fazendo um retorno à minha própria história.” Foi quando decidiu retornar a Uberaba, fonte da qual agora brotava o tema das pinturas.

 

    • 27/06/2013
    • Artes visuais - Veja imagens da exposição Crer em fantasmas
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