Turíbio Santos tinha 22 anos, em 1965, quando foi selecionado como finalista de um concurso de violão da Office de Radio Television Française (ORTC), emissora oficial daquele país. Antes de deixar o Brasil, o músico procurou Baden Powell para pedir alguma referência em Paris, e recebeu dele o contato de Sílvio Silveira, um amigo que trabalhava na gravadora Barcley.

Depois de sair vitorioso no concurso, o violonista procurou Silveira, que o sugeriu fazer contato com a Erato, maior selo de música clássica da França e um dos maiores da Europa. “Fui muito bem recebido na Erato, pela qual assinei um longo contrato. Lá. fiquei durante 18 anos, tendo lançado vários discos”, conta Turíbio, atração desta semana do projeto Tributo a Baden Powell, com show desta quarta (2/7) até sexta-feira, às 21, no Espaço Cultural do Choro.

No recital, Turíbio vai homenagear Baden de uma forma inusitada. “A minha proposta é promover uma visita de João Pernambuco a Baden, juntando o afrossamba Berimbau com um jongo; e fazer Baden visitar João Pernambuco, reunindo Canto de Ossanha com um choro-maxixe”, explica. O roteiro traz, também, Carimbó e Frevo dos aflitos, de Turíbio, temas criados por violonistas espanhóis como Francisco Tarrega, Isac Albenis e Fernando Sor; Três prelúdios, de Johann Sebastian Bach; “além de alguma coisa da obra de Heitor Villa-Lobos, que nunca deixo de tocar”, diz.