Brasília-DF,
27/NOV/2024

Rodrigo Amarante apresenta disco solo em show no Centro de Convenções

"Também tocarei músicas que fiz antes e depois de compor esse disco, mas que não estão no álbum", promete o músico para o show deste sábado

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Maíra de Deus Brito Publicação:04/10/2013 06:02

 (Hiram Vargas/Esp. CB/D.A Press)

Após um período sabático, o cantor e compositor Rodrigo Amarante lança, neste sábado (5/10), às 22h, o primeiro álbum solo, Cavalo, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Acompanhado dos amigos Rodrigo Barba (ex-baterista do Los Hermanos), Lucas Vasconcellos (tecladista do Letuce), além de Gabriel Bubu e Gustavo Benjão — ambos se revezam entre guitarra e baixo na Do Amor —, ele interpreta Nada em vão, O cometa, Tardei, Irene e Maná, entre outras inéditas. “Também tocarei músicas que fiz antes e depois de compor esse disco, mas que não estão no álbum”, diz Amarante em entrevista ao Correio.

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Gravado em 2012 em uma fábrica de Los Angeles (EUA), o disco é um trabalho quase solitário do artista carioca, que escreveu letras, compôs arranjos e tocou boa parte dos instrumentos. “Foi o lugar que achei disponível para montar meu estúdio. Tinha bastante espaço e ficava numa área quieta do centro da cidade. Serviu perfeitamente”, conta.

Três perguntas // Rodrigo Amarante

Por que o disco se chama Cavalo?

Cavalo é o veículo do homem pela terra, do espírito até os homens. O cavalo representa, de um lado, a energia solar e divina, justa e nobre; e do outro, a energia lunar e sobrenatural, fora de controle, a paixão e a falta de razão. É ao mesmo tempo objeto de veneração e escravo, ferramenta. Enquanto escrevia esse disco, entendi que, em mim, eu tenho duas partes: uma que é a pulsação inconsequente e apaixonada pelo meio; e outra, que é a disciplinar, a realizadora que se interessa pela obra finalizada.

Isso tem ligação com o sentimento de solidão?

Assim como cavalo e cavaleiro só podem se tornar um através da disciplina, da perseverança e da paciência. A ideia de escrever sozinho me fez ver essas duas partes em mim e acabei por escrever sobre isso e a usar o cavalo como símbolo que representa essa dualidade, que, para mim, foi fruto de estar isolado, de ser estrangeiro, de não ter um interlocutor e por isso ter que criar um.

Como surgiu esse projeto solo?

Depois de gravar o disco do Little Joy, fiquei afim de ver o que seria fazer um disco todo sozinho, escrever e gravar tudo. No fim, acabei contando com alguns amigos, que emprestaram seus talentos, principalmente o Noah Georgeson (com quem gravei vários discos do Devendra Banhart, o do Adam Green e o do Little Joy), que fez a vez de produtor e engenheiro ao mesmo tempo, porque éramos só nós dois no estúdio. O disco nasceu da circunstância de estar só.

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