O quadrinista Ricardo Liniers é um observador do cotidiano. Em seu país natal, a Argentina, os desenhos, frutos do dia a dia do artista, estão presentes, também em cadernos, camisetas, canecas, entre outros produtos. A tira Macanudo, que ele mantém no jornal La Nación, já dura 11 anos. E é a retrospectiva desse período nas páginas do diário de notícias portenho que Liniers traz a Brasília na exposição Macanudismo.

Na mostra, em cartaz no Museu Nacional dos Correios, estão originais de quadrinhos, ilustrações e pinturas do autor. Há ainda trabalhos da tira Bonjour, anterior à Macanudo, e outras obras, como livros, feitas nesse meio tempo. Segundo o autor, o reconhecimento se deve à peculiaridade das pessoas. “Quando comecei, achei que meus quadrinhos não eram universais porque eles eram muito estranhos e só as pessoas bem próximas de mim poderiam entendê-los. Mas acontece que tem muita gente estranha no mundo”, diverte-se o quadrinista.

A visitação está aberta até março de 2014. É bastante tempo para quem quiser ver trabalhos que mesclam uma estética aparentemente ingênua, de traços leves, mas que carrega, em personagens como o gato Fellini, a menina Enriqueta e seu urso Madriaga, fortes doses de ironia e críticas sociais.

Colaborou Olívia Florência

Macanudismo
Mostra do quadrinista argentino Ricardo Liniers. Visitações até 2 de março de 2014. Hoje, das 10h às 19h; amanhã e domingo, das 12h às 18h, no Museu Nacional dos Correios (SCS, Q. 4, Bl. A, nº 256; 3213-5076). Entrada franca. Classificação indicativa livre.