Quando lançou o primeiro disco solo (Onde brilham os olhos seus, em 2007), Fernanda Takai planejava explorar apenas a faceta de intérprete, sem assinar composições, reservando-as à banda Pato Fu. No ano passado, porém, quebrou a barreira interna em Na medida do impossível, primeiro álbum autoral. Nesta semana, ela se apresenta em Brasília com o mais recente projeto.

 

Elogiado por público e crítica, Na medida do impossível foi reconhecido como melhor álbum no Prêmio da Música Brasileira 2015. Além de canções inéditas, o disco apresenta a versão delicadamente pop de Takai de faixas como Mon amour, meu bem, ma femme, consagrada na voz de Reginaldo Rossi. Parcerias inusitadas também marcam o disco. Em Amar como Jesus amou, de autoria do padre Zezinho, ela divide os microfones com o padre Fábio de Mello. A música revela resquícios da infância cristã da artista.

 

“Na época que fiz o disco, o Papa Francisco não tinha assumido o papel que tem hoje de ser um grande político. Ele tem discutido não só religião, mas levantado várias bandeiras de socialização”, sublinha Takai.

 

No entanto, ao contrário do pontífice, ela afirma separar bem o viés político da atuação no palco. “Não costumo usar show, foto, texto ou fala minha para ativismos tão explícitos. As pessoas me conhecem há 23 anos como uma figura pública e sabem que sou muito engajada em várias causas, mas não quero que essas coisas sejam maiores que a música que faço”, avalia.