Espetáculo S'imbora traz a história de Wilson Simonal aos palcos
No musical, Ícaro Silva protagoniza as controvérsias e os sucessos do músico

Negro de origem humilde; intérprete cheio de suingue, que passeou por samba, bossa-nova, calipso e rock; um perfeito entertainer. Wilson Simonal dividiu com Roberto Carlos o patamar mais alto da música brasileira na década de 1960. Por outro lado, o cantor protagonizou histórias controversas.
Acusado de delator do serviço da ditadura, o astro do rádio e dos palcos foi condenado ao ostracismo até o fim da vida, em 2000. Cheio de mágoa, dizia: “Até torturadores e terroristas foram anistiados. Menos eu”.
Os altos e baixos da trajetória de Simonal são contados em S´imbora, musical escrito por Nelson Motta e Patrícia Andrade (os mesmos de Tim, Maia — Vale Tudo e de Elis — A musical), dirigido por Pedro Brício e protagonizado por Ícaro Silva.
O ator vem colecionando elogios pela performance, à frente de um grande elenco, no qual se destaca Marino Rocha, que dá vida ao polêmico Carlos Imperial, responsável pelo lançamento de Simonal.
Três perguntas para Ícaro Silva
Como foi o processo de criação do personagem?
Não quis levar para o palco uma cópia do Simonal, mas sim a leitura de um artista de múltiplas facetas, de um personagem riquíssimo da história da música popular brasileira.
Que elementos você utilizou para isso?
Fiz uma pesquisa aprofundada, que incluiu a audição de discos lançados por ele em diferentes fases da carreira; li a biografia, me ative a documentos históricos. Ouvi pessoas que conviveram com ele e também os filhos, Simoninha e Max de Castro. Outra fonte importante foi o documentário Ninguém sabe o duro que dei, de Cláudio Manoel.
Qual momento do musical você aponta como o de maior impacto?
Sem dúvida, é a interpretação de músicas que marcaram a carreira do Simonal, como Sá Marina, País tropical, Mamãe passou açúcar em mim e Meu limão meu, meu limoeiro.
SERVIÇO
S’imbora — O musical
Espetáculo sobre a trajetória de Wilson Simonal, com Ícaro Silva e grande elenco, dirigido por Pedro Brício. Hoje, às 21h30, e amanhã, às 20h, no Auditório Máster do Centro de Convenções Ulysses Guimarães (Eixo Monumental). Ingressos: R$ 140 (front gold), R$ 100 (gold), R$ 90 (lateral), R$ 80 (Setor A), R$ 70 (Setor B), R$ 50 (Superior) e R$ 25 (superior popular). Valores referentes à meia-entrada. Os primeiros 300 assinantes do Correio terão 55% de desconto; os outros pagarão meia. Pontos de venda: Central de Ingressos (Piso G2) Brasília Shopping, sem taxa de conveniência; e Fnac, com taxa de conveniência. Nãorecomendado para menores de 12 anos.