Roger Ballen pode não ser um grande conhecido do público latino-americano, mas faz parte de um cenário no qual a fotografia viu florescer nomes como André Kertesz, Henri Cartier Bresson, Walker Evans e Diane Arbus. Nascido em Nova York em 1950, o fotógrafo é herdeiro de uma escola que viu a fotografia passar de instrumento de documentação da realidade a suporte de interpretação do mundo. 

 

Por isso a curadora Daniella Géo optou por uma retrospectiva o mais abrangente possível em Transfigurações, mostra em cartaz na Caixa Cultural que reúne mais de 100 fotografias realizadas entre 1968 e 2012 por Roger Ballen.

 

A exposição está dividida em séries que ajudam a compreender as diferentes fases da produção de Ballen. “Achei que, como ele não era muito conhecido na América Latina, uma retrospectiva cronológica fosse melhor para compreender a evolução do trabalho”, explica Daniella.

 

Em um primeiro momento, quando começou a fotografar, o americano priorizava os registros documentais. Nos anos 1990, em imagens para a série Outland, Ballen passou a investir em composições híbridas nas quais o aspecto documental se misturava à intenção ficcional, o que resultou em fotografias que incorporavam um viés teatral.

 

Nos anos seguintes, Ballen passaria a privilegiar a imaginação em séries como O teatro das aparições, com composições muito inspiradas na própria pintura. “Ele constrói uma linguagem muito representativa dele mesmo. É difícil situá-lo em relação a outros fotógrafos. Ele tem influências como as de Walker Evans e Diane Arbus, o trabalho dele não está solto no mundo, mas é um trabalho muito particular”, avisa Daniella Géo.

 

Fotografias de Roger Ballen. Visitação até 17 de dezembro de 2017, 

de terça a domingo, das 9h às 21h, na Caixa Cultural Brasília —  Galeria 

Principal (SBS Quadra 4, Lotes 3/4 - Edifício Anexo à Matriz da Caixa).