Setor Comercial Sul e Biblioteca Nacional recebem eventos
O fim de semana será de muita intelectualidade em Brasília
Ronayre Nunes*
Publicação:03/08/2018 06:00Atualização: 02/08/2018 18:35
Luanda Fonseca estará no Festival Criativo Sul, e autor Cristovão Tezza debaterá literatura na Biblioteca Nacional
“A ideia é reunir e encontrar pessoas, a gente acha que Brasília tem uma cena econômica e criativa forte, só que ainda não há muito espaço de se encontrar. Então, a ideia é marcar um encontro e debater ideias”. A simples proposta inicial é explicada por Heloisa Rocha, uma das organizadoras do Festival Setor Criativo Sul, nesta sexta-feira (3) e sábado (4), no Setor Comercial Sul.
Reunidas no local, mais de 50 atividades pretendem levar até a população informações das mais variadas: desde bate-papo sobre gastronomia, passando por meditação, mobilidade pública, sustentabilidade, cidadania, ocupação LGBTQ+ e muito mais. O encontro, que será distribuído em quatro locais no Setor Comercial Sul (o Museu Correios, o Sesc, a Casa da América Latina e o Canteiro Central) é um esforço do pessoal do No Setor, Ossobuco, PorQueNão?, Co-Piloto, Festival Curta Brasília e Chef Nos Eixos.
“Esse formato já ocorre em outros lugares. Não é um festival de música, mas de ideia, e a expectativa é que eventualmente o festival ative ações em uma determinada parte da cidade. Outra característica importante é que você pode fazer sua curadoria pessoal e buscar o que mais te interessa nessa programação tão vasta”, acredita.
Para Heloisa, o evento é uma oportunidade de reviver os tempos áureos do SCS: “O local é como se fosse o de uma grande cidade brasileira, que teve o seu momento de glória, que era o centro de negócios, mas que sofreu uma decadência, por conta desses outros polos, e atualmente está se tornando abandonada, ao ponto de as pessoas terem medo de ir lá. Só que geograficamente é um local muito nobre, perto de tudo. Como deixar um lugar tão importante assim abandonado?”.
Serviço
Setor Criativo Sul
Museu Correios (SCS Q. 4, Bl. A), Sesc (SCS Q. 4, Edifício Presidente Dutra), Casa da América Latina (SCS Q. 4) e o Canteiro Central (SCS Q. 3, Bl. A). Nesta sexta-feira (3) e sábado (4), a partir das 9h. Entrada franca. Classificação indicativa livre. Cronograma completo de atividades pelo link: facebook.com/setorcriativosul.
Literatura em festa
Cristovão Tezza fará debate sobre o livro 'Lord Jim', de James Joyce
Que tal um segundo para pensar naquele livro que marcou sua vida? Isso mesmo, não importa o ano, ou circunstância que você o leu, mas sim o tanto que a obra lhe marcou. Você ainda lembra os personagens? E se você pudesse ter a chance de reviver aquelas emoções?
É exatamente essa proposta do projeto O livro da minha vida, da exposição Eu Leitor até o fim de agosto. A ideia do programa é simples, mas poderosa: reunir um grupo de grandes autores nacionais para debater com o publico clássicos da literatura. O encontro deste sábado (4), para uma conversa sobre o livro Lord Jim, de James Joyce, será sob o comando de Cristovão Tezza.
“Estamos num mundo em que as palavras estão em toda parte, mas está faltando aquele mínimo de silêncio que dá sentido a elas, o ato da leitura, o momento da escuta. A valorização da leitura é absolutamente imprescindível em qualquer país que tenha alguma ambição civilizatória. Não podemos nos iludir: não há salvação fora do mundo da escrita”, comentou Tezza ao Correio.
“Foi um livro tematicamente importante para mim. Meu primeiro projeto ao terminar o ensino médio, quando li Lord Jim, foi me tornar um piloto da Marinha Mercante. Eu tinha a visão utópica de imitá-lo. Não deu certo — eu acabei largando o projeto —, mas ficou a literatura”, afirma Tezza.
Serviço
Programa O livro da minha vida
Debate sobre o livro Lord Jim, de James Joyce, com Cristovão Tezza. Biblioteca Nacional (Eixo Monumental). Neste sábado (4), às 17h. Entrada franca. Classificação indicativa livre.
*Estagiário sob a supervisão de Vinicius Nader