Memória da madeira transparece em nova exposição de José Ivacy
Artista volta às origens mineiras na exposição 'Poéticas do tempo'
Desde pequeno, o artista José Ivacy é fascinado por materiais descartados como restos de madeira e metais. Menino, enquanto crescia e brincava ao ar livre na região de Sobradinho, costumava recolher o que encontrava.
Adulto, continuou a “salvar” objetos para incorporá-los em assemblages. Parte dessa obsessão compõe Poéticas do tempo.
São 94 objetos produzidos desde os anos 1990 sob a curadoria de Bené Fonteles. Trabalhadas com pigmentos e resina acrílica, as peças ganham uma dimensão que carrega memória própria e o gesto do artista. “São objetos geométricos, abstratos, mas feitos numa artesania ao modo antigo, sem tratar de enfeitar para ficar bonito”, explica o artista, que diz, assim, respeitar a memória dos objetos. “É uma opção que é política. Sempre fui encantado pela capacidade de a madeira resistir ao tempo.”
Há também nas peças uma forte ligação com a maneira artesanal de trabalhar e com o estado natal do artista, Minas Gerais. Ivacy volta às origens quando se debruça sobre a construção de assemblages.
Serviço
Poéticas do tempo
Galeria Karla Osório (SMDB Conjunto 31 Lote 1B). Visitação até 10 de outubro, de segunda a sexta, das 9h às 18h30, e sábado, mediante agendamento. Entrada franca.