Espetáculo 'Uma espécie de Alasca' chega ao Teatro da Caixa
Montagem de texto de Harold Pinter reflete sobre a juventude e a velhice
João Paulo Zanatto*
Publicação:21/09/2018 06:08Atualização: 21/09/2018 08:43

Personagens de 'Uma espécie de Alasca' perderam a vida cuidando de outra pessoa
Após sucesso de crítica em São Paulo e Rio de Janeiro, o espetáculo Uma espécie de Alasca é apresentado no Teatro da Caixa. A peça foi inspirada na obra literária de Oliver Sacks Despertando, publicada em 1973.
O texto foi escrito pelo dramaturgo inglês Harold Pinter (1930-2008). A trama gira em torno de Débora que, após 29 anos em coma por conta da doença do sono (encefalite letárgica), acorda acreditando ter 16 anos de idade. A irmã caçula, Paulinha, e o cunhado, o dedicado médico Hornby, cuidaram da mulher ao longo desses últimos anos.
O diretor Gabriel Fontes Paiva comenta que a peça “trata de temas sensíveis aplicados a uma mulher que dormiu por 29 anos. Ela perde aquele tempo que achamos ser o grande momento da vida de toda pessoa.”
A apresentação nos permite também outra reflexão. “Traz uma reflexão pesada a respeito de pessoas que abrem mão da própria vida pelo outro, como é o caso da irmã e do cunhado e eles causam certa identificação com o público, pois a população está envelhecendo e, cada vez mais, tendo que cuidar de seus familiares”, diz o diretor.
Uma espécie de Alasca conta com Yara de Novaes, Miriam Rinaldi e Jorge Emil no elenco. A trilha sonora ficou por conta de Luisa Maita e Jam Da Silva. Concepção audiovisual nas mãos de Luiz Duva e o figurino é assinado por Débora Falabella.
Serviço
Uma espécie de Alasca
Teatro da Caixa (SBS, Q. 4, lt. 3/4; 3206-6456). Sexta, às 20h, sábado, às 18h e às 20h e domingo, às 18h. Ingressos R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada). Não recomendado para menores de 12 anos.
*Estagiário sob a supervisão de Vinicius Nader