Foi na serralheria na qual projetava escadas, grades e portões que Evandro Soares começou a desenhar com outra perspectiva. A partir do formato de objetos utilitários, o baiano radicado em Goiânia passou a imaginar as esculturas, os desenhos e as fotografias reunidos em Traço expandido, em cartaz na Referência Galeria de Arte.

Entre as 25 obras expostas em Brasília, o traço comum é a intenção do artista de provocar e confundir o olhar do espectador. Há poucas fronteiras entre a superfície em duas dimensões e a tridimensionalidade na maneira como Soares se propõe a mostrar as obras e isso é fundamental para explicar como ele se sente à vontade com a linguagem com a qual trabalha. "Comecei a partir de projetos de arquitetura e engenharia", conta o artista, que recebia os pedidos na serralheria e se debruçava sobre os desenhos para agradar os clientes. "E comecei a pensar em algo que pudesse criar. Daí, vieram esses desenhos."

A relação com a arquitetura é muito forte na produção de Evandro. "Minhas esculturas têm uma relação com prédios e linhas, mas vou recriando e o resultado vai além do que captei", avisa. Algumas das obras são esculturas para serem penduradas nas paredes, outras vêm de desenhos e até de fotografias. "E elas têm uma ilusão de ótica. É bem simples, mas é rico pela colocação das obras. Você se confunde se é desenho ou escultura", avisa.

Exposição de Evandro Soares. Curadoria: Mario Gioia. Visitação até 30 de novembro, de segunda a sexta, das 12h às 19h, e sábado, das 10h às 15h, na Referência Galeria de Arte (CLN 202 Bloco B Loja 11 – Subsolo)