Nossa senhora da tecnologia: Os dilemas do mecanismo no cotidiano
Peça 'Misanthrofreak' levanta impasses das questões tecnológicas na vida humana
Vinicius Nader
Publicação:10/05/2019 06:00Atualização: 09/05/2019 17:25
O espetáculo 'Misanthrofreak' é atemporal por tratar de temas que vão na alma do público
Quem manda em quem: você ou a tecnologia? O dilema está presente em vários momentos de nossa vida — muitos dos quais nem percebemos — e dá o tom de Misanthrofreak, solo com o qual Rodrigo Fischer volta aos palcos brasilienses depois de 4 anos dedicando-se ao pós-doutorado em Nova York.
“Já faz tempo que estreamos, mas a essência da peça continua atual. Acho até que mais atual. Algumas passagens que falavam sobre inovações tecnológicas não funcionam mais, mas o lado poético forte do espetáculo, sobre medo de fracassar e escolhas que fazemos na vida, permanece”, analisa Rodrigo. “A força de Misanthrofreak é que ela é atemporal e, ao mesmo tempo, dialoga com o contemporâneo”, completa.
Munido de um controle remoto pelo qual comanda o cenário, a iluminação e as contribuições audiovisuais, Rodrigo usa de poucas palavras e muitas imagens e metáforas no espetáculo. “Misanthrofreak tem uma capacidade de diálogo com o público impressionante, talvez mais do que se fosse com palavras porque acessamos outros setores, outras emoções. Vamos na alma das pessoas, não ficamos apenas no racional”, comenta o ator, admitindo que o espetáculo tem um toque forte autobiográfico.
Serviço
Misanthrofreak
Espaço Cultural Renato Russo (508 Sul). Sábado, às 20h, e domingo, às 19h. Ingressos a R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). Não recomendado para menores de 14 anos.