Escola de mulheres busca inspiração em Molière para falar de temas atuais

O II festival nacional de Teatro de Bolso do DF, da Cia. Teatral H2O, vai movimentar o Recanto das Emas nos próximos dias. O nome curioso ganha a atenção dos espectadores, mas tudo tem um motivo. Na realidade, reflete o tamanho dos espaços: os teatros devem ter cerca de 100 lugares e cada espetáculo, até sete atores. “A gente começou bem timidamente, mas ganhou uma dimensão que não imaginava”, orgulha-se o idealizador do evento Kacus Martins.

A peça de estreia é a comédia Escola de mulheres, do Grupo Universitário de Teatro de Patos de Minas (Tupam). Baseado na obra homônima do francês Molière, escrita no século 17, o texto se adapta ao contexto mineiro: sotaque, tradições, música, folclore, linguagem e dança. Tudo bem atual.

“Toda vez que a gente recebe convite para participar, é uma alegria, sensação de trabalho reconhecido. Representar um grupo de artistas de Minas Gerais é extremamente gratificante”, orgulha-se a diretora Consuelo Nepomuceno.

A trama conta a história de um velho paspalhão que cria uma garota num orfanato para, no futuro, poder se casar com ela sem que a jovem pudesse conhecer outros homens. Assim, a história critica a forma como os homens tratam as mulheres, abordando dominação masculina.

“Eu acho que a melhor forma de tratar assunto sério é com a comédia porque é uma maneira mais tranquila e aproxima o público do tema quando faz sátira ou crítica”, pontua Consuelo. 

Oito espetáculos participam da mostra competitiva: Extrato de nós (MA), Quarto azul (AM), Deixe a luz da varanda acesa (DF), URROU (SP), Nem tudo são flores (SP), Quem matou Edvard Munch? (SP), As bondosas (BA) e Quando os elefantes saem para passear (DF).

*Estagiária sob supervisão de Vinicius Nader

SERVIÇO

Escola de mulheres

Teatro H2O (Q. 101, cj. 12 — Recanto das Emas)

Domingo, às 17h. As demais apresentações do festival vão de terça a sexta-feira (21 a 24/5), às 15h e às 20h, com premiação no sábado (25/5). Entrada franca. Classificação indicativa livre. Para as outras peças, a classificação varia de 14 a 16 anos.