Festival Palhaças do Mundo reúne palhaças na Funarte
Até domingo, festival reúne a força e a graça das mulheres palhaças de Brasília e do mundo
Devana Babu* - --
Publicação:19/07/2019 06:03Atualização: 18/07/2019 16:44
*Estagiário sob supervisão de Igor Silveira
Palhaças de várias partes do mundo se apresentam no festival
Hoje tem palhaçada? Tem sim senhora! No feminino, afinal estamos falando do Festival Palhaças do Mundo, realizado há 10 anos por Manuela Castelo Branco, a palhaça Matusquela. Até domingo, palhaças de seis estados brasileiros (São Paulo, Tocantins, Distrito Federal, Santa Catarina, Goiás, e Bahia) e de três países latinos (Argentina, Equador e México) se apresentarão sob uma lona no Jardim da Funarte e na sala Plínio Marcos.
Além dos espetáculos, a programação, que começou ontem, contará com oficinas, debates e palestras sobre gênero, espaço público e mundo do trabalho, e o programa Palhaças em Tese, que valoriza publicações voltadas para o universo da palhaçaria feminina e discutirá o tripé “corpos, cidades, comicidades”. Haverá também exibição da segunda temporada do seriado Palhaças do Mundo, com projeção gratuita de filmes na fachada da Funarte.
Circa Brasilina
A origem do festival é o antigo encontro de palhaças de Brasília, reunião de palhaças idealizada por Manuela, em 2008, e realizada bienalmente. Em 2016, o encontro passou a ser realizado anualmente e assumiu o caráter de festival. Em 2011, Manuela fundou a Circa Brasilina, um circo que é um espaço cultural uma produtora, com protagonismo feminino. Primeiro, era uma grande lona fixa, e agora, uma lona menor, itinerante, transportada pela Janis, uma mercedes benz 618 D.
Apesar de ter começado no circo em 1998, em um curso de que também participaram Xaxará e Zé Regino, Manuela só passou a se reconhecer como palhaça pouco antes do festival. “Naquele momento, eu não me via como uma mulher palhaça. Com o tempo, essa questão foi tomando corpo na minha vivência e na minha poética. Eu já nasci palhaça, mas antes era: ‘Essa é matusquela, seu nariz de palhaço’. Hoje, eu tenho uma imagem de palhaça, e cada dia mais”, narra Manuela.
Na avaliação dela, ações como a do festival tem contribuído para uma virada no imaginário coletivo. “Quando a gente começou, a questão da palhaçaria, sobretudo a feminina, era muito mais rara. É muito bonito ver que, nessa história, deixamos um rastro de conquistas, visibilização e reconhecimento do nosso trabalho, enxergando na palhaçaria feminina uma poeticidade, uma técnica. O imaginário do mercado de trabalho mudou muito”, avalia a palhaça.
Serviço
Festival Palhaças do Mundo
Complexo Cultural Funarte (Eixo Monumental, SDC; 2099-3076). Até domingo. Horários variados. Ingressos a R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada). Algumas atividades têm entrada franca. Classificação indicativa livre.
*Estagiário sob supervisão de Igor Silveira