Pela primeira vez, a Torre de TV Digital recebe o público como espaço expositivo. É a mostra Pirâmide, Urubu do artista visual e cineasta Maurício Chades com curadoria de Gabriel Menotti. Depois de uma vivência às margens do Córrego Urubu, Chades encontrou no local a tensão de que as obras necessitavam. "O vidro das cúpulas da torre permite que o público veja o lado de fora, o céu, as variações, as árvores e o córrego. É uma experiência de multiplicação do espaço", define. 

A exposição dá sequência a uma pesquisa de mestrado em arte e tecnologia, iniciada em 2014, e à performance Banho de abdução coletiva de lua cheia, que o artista realizou em junho. Ao se afastar do centro de Brasília, Maurício se aproximou de uma outra cidade que, agora, retrata na mostra. Divididas entre as duas cúpulas da torre, as obras propõem uma recriação topológica da região. "Uma experiência física, espacial e afetiva. Um projeto sobre conflitos no espaço, de ruptura sensorial entre cidade-campo", define Chades.

Em instalações, com objetos, vídeos e fotografias, o artista visual coloca o espectador com todo o corpo e a olho nu diante de um cenário diferente. Os trabalhos também marcam um intercâmbio entre processos artísticos em artes visuais e cinema. Ao exibir os curta-metragens O Vídeo de 6 Faces e JUCA, Chades faz um contraponto ao modelo hegemônico de sala de exibição. "Cinema, museus e galerias surgem com o propósito de isolar, de desfrutar única e exclusivamente da obra de arte. Deixou de ser uma experiência do encontro do corpo da imagem com o espaço", comenta o artista.  

A mostra terá ainda programação semanal com atividades educativas junto a escolas públicas, debate com o artista e o curador Gabriel Menotti, performances e  lançamento de catálogo.

Pirâmide, Urubu

Visitação até 25 de agosto, de terça a domingo, das 18h30 às 22h, na Torre de TV Digital