Dualidades humanas: Clarice Niskier volta à cidade com peça 'A alma imoral'
Há 13 anos em cartaz, o espetáculo continua a gerar reflexão no público
Roberta Pinheiro - dired
Publicação:09/08/2019 06:05Atualização: 08/08/2019 19:20
A peça já foi assistida por mais de 450 mil espectadores e fica em cartaz até 25 de agosto
Em cena, uma cadeira, um tecido preto que, concebido pela figurinista Kika Lopes, transforma-se em mantos, vestidos, burcas, véus, e a alma da atriz Clarice Niskier. Desnuda e sozinha no palco, ela desconstrói e reconstrói conceitos milenares por meio de histórias da tradição judaica.
Depois de quase 10 anos, Clarice retorna aos palcos de Brasília com A alma imoral, uma adaptação do livro homônimo do rabino Nilton Bonder, com a supervisão do diretor Amir Haddad. Desde 2006, mais de 450 mil espectadores já pararam para questionar, com a atriz, dualidades da natureza humana como certo e errado, traidor e traído, obediência e desobediência. “Acho que daqui a 10 mil anos seguirão atuais, porque são questões humanas muito profundas, ligadas à nossa psique”, avalia.
São 13 anos consecutivos em cartaz, mas, a cada apresentação, uma estreia. “A memória que eu trabalho é muito profunda, está nas células. Descobri que, quando essa memória se aprofunda pode experimentar vários estados emocionais e que, de alguma maneira, sutilmente, influencia no entendimento da peça”, comenta a atriz.
Além de uma questão interna, o momento histórico, o contexto vivido e o próprio público interferem para novas compreensões. “Dependendo do ano que estou fazendo, o que está acontecendo, certas passagens da peça se destacam mais. O espetáculo fica renovado de entendimento, de sentido, de descobertas, de surpresas. Não à toa que muita gente volta para ver a peça várias vezes”, afirma.
Serviço
A alma imoral
Até 25 de agosto, sextas-feiras e sábados às 21h, e domingo às 19h, no Teatro Brasília Shopping (SCN Q5 Bloco A). Ingressos: R$100 (Inteira) e R$50 (Meia-entrada). Classificação indicativa: 18 anos