A partir do enfraquecimento dos editais culturais e com medo de perder o legado do Festival Magia Negra — realizado em abril — surgiu a iniciativa de criar uma festa que cultue as origens negras no Distrito Federal. A produtora cultural Suene Karim é a responsável por transformar a festividade de três dias em Magia Negra — A festa. O evento é menor, mas surge com muita intensidade.

"A história do festival não pode morrer por falta de recurso dos fundos de apoio. Para isso, tivemos que transformar em uma festa com bilheteria, a fim de custear o projeto", explica Suene.

A festa que ocorre esta sexta-feira (25/10) traz para o palco artistas da cidade como o pessoal do Samba Rural do Recôncavo com Mestre Aroeira, Samba Pilado de Barbatão e DJ SA Discotecagem Brasileira. Além das atrações musicais, uma feira multiétnica será montada no Complexo Cultural Samambaia. A intenção é fazer o público dançar e se divertir. "Precisamos de projetos mais amplos e populares envolvendo a cultura negra e africana no Distrito Federal", pontua a curadora.

O nome Magia Negra surgiu da intenção de desmistificar uma expressão que tem uma conotação pejorativa — muito por conta de um preconceito velado que ainda existe na sociedade brasileira — mas que está relacionada com um conceito positivo para os negros. "Essas manifestações ficam muito relegadas aos quintais e aos terreiros, locais sem muita visibilidade. As pessoas também costumam relacionar com a religião e coisas negativas. Na verdade, o termo magia negra reflete toda a beleza da cultura negra. É uma festa que preza pela identidade, afirmação e valorização do negro", conta Suene Karim.

Complexo Cultural Samambaia (Centro Urbano — Samambaia Sul). Sexta, às 19h30. Shows com Samba Rural do Recôncavo com Mestre Aroeira, Samba Pilado de Barbatão e DJ SA Discotecagem Brasileira. Ingressos a partir de R$ 5. Não recomendado para menores de 18 anos.