O diretor quer explorar os enganos, a manipulação e o que o ser humano insiste em não ver

De olhos vendados, o diretor Fernando Guimarães apresenta os atores e as personagens do novo espetáculo Do amor e outras enfermidades. A ideia nasceu para homenagear manifestantes de países da América Latina, como a Colômbia, e também representa a cegueira psicológica que, na avaliação de Guimarães, parece ter atingido o povo brasileiro. 

Seja no que tange às questões políticas e sociais no ambiente macro, seja nos relacionamentos tóxicos amorosos e no ambiente de trabalho, mais no quesito da micropolítica, o diretor quer explorar na peça, que está em cartaz este fim de semana, os enganos, a manipulação e o que o ser humano insiste em não ver. 

Do amor e outras enfermidades é uma adaptação livre do universo do dramaturgo norte-americano Neil Labute e tem como ponto de partida relações amorosas tóxicas e a inserção da mulher no mercado de trabalho — entre as disputas internas e o cotidiano misógino. Por meio de um humor negro, Guimarães coloca em cena dois colegas de trabalho que querem se vingar do gênero feminino e, para isso, traçam um plano, direcionando todo o ódio a uma jovem secretária. “Nela, descarregam toda a frustração machista”, detalha o diretor.

O trabalho de Guimarães, com nove atores no palco, é o carro-chefe da 30ª edição da Mostra Dulcina. Este ano, o projeto conta com uma programação diversificada, com apresentações híbridas, envolvendo alunos dos períodos iniciais com os dos anos finais; performances de dança; e a abertura de uma galeria vitrine com obras de arte. Todas as atividades são gratuitas e ocorrem no prédio da Faculdade Dulcina.

Serviço

Do amor e outras enfermidades

No Teatro Dulcina de Moraes. De sexta-feira (6/12) até 9 de dezembro, às 20h. De Fernando Guimarães. Entrada gratuita, distribuição de ingressos uma hora antes do espetáculo. Classificação indicativa: 14 anos.