Brasília-DF,
18/ABR/2024

Exposição promove encontro entre a periferia e o centro de Brasília

Mostra 'Deslocamentos' leva à Galeria Casa artistas de diferentes regiões administrativas do DF

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Roberta Pinheiro Publicação:10/01/2020 06:00Atualização:09/01/2020 20:10
Fotografia de Ester Cruz integra a exposição Deslocamentos (Tatiana Reis/Divulgação)
Fotografia de Ester Cruz integra a exposição Deslocamentos

“Convido vocês a nos conhecer”, propõe a artista e curadora Tatiana Reis. Ao lado dela e da curadora Rayane Soares, 12 artistas pouco conhecidos no Plano Piloto chegam para apresentar os trabalhos na Galeria Casa. Para abrir a programação de exposições de 2020, o espaço, no CasaPark, convidou a galeria Risofloras, do programa Jovem de Expressão, de Ceilândia, para a exposição Deslocamentos.

Abordando questões raciais, sociais, de gênero e criticando o lugar de deslocamento, as distâncias e a violência contra a juventude negra, Adriane Oliveira, Dani Dumoulin, Mayra (an6trais), Ester Cruz, Gu Da Cei, Hud Artes, Kelly França, Key Amorim, Luiz Ferreira, Marconi Cristino, Mayron Ricarte (Vanz), Rayane Soares, Tais Geburt e Tatiana Reis cruzam a fronteira subjetiva nas obras. “Elas trazem o lugar de fala do artista. É uma linha bastante subjetiva a partir da vivência pessoal mesmo”, detalha Tatiana.

Para a exposição, além de integrantes e ex-integrantes do programa, o convite se estendeu para artistas de outras regiões administrativas, justamente para explorar o conceito de deslocamento e propiciar o espaço de exibição. “A nossa ideia é criar essa ponte com outros espaços de resistência de arte e com o público que talvez nunca vá lá na galeria conhecer a nossa produção”, comenta.

As produções, distribuídas em diferentes suportes e linguagens, da fotografia à pintura, passando pelo vídeo performance e a instalação, revelam o olhar distanciado do centro da capital e do consumidor de arte. “A ideia era que tivesse mesmo essa diversidade, porque, quando a gente fala de arte periférica, a gente acaba voltando para a arte urbana, mas temos outras linguagens que precisam ser evidenciadas”, afirma Tatiana.

Mesmo com trabalhos reconhecidos fora do Brasil, para muitos, a experiência de ocupar uma galeria de arte é inédita e, com certeza, um marco. “Percebo muita euforia deles por estarem naquele lugar. É muito simbólico, porque é um espaço, historicamente, cerceado, que não tínhamos acesso. A gente tem muito a dizer e com muita qualidade”, conta a curadora.

À sua maneira, cada artista explora e expõe visões de mundo e do contexto no qual estão inseridos. Em cores, com tintas, fotos ou vídeos, pontuam as distâncias que separam as cidades e as pessoas. Contudo, provam a força artística a ser explorada. “Trabalhar as linguagens dentro da periferia é como só dar um clique, um ‘start’, porque ali está pulsando”, pontua Tatiana.

Serviço

Ocupação 11 | Deslocamentos
Da Galeria Risofloras, do programa Jovem de Expressão. Mostra coletiva. Na Galeria Casa, no CasaPark. Visitação até 31 de janeiro. De terça a sábado, das 14h às 22h, domingo, das 14h às 20h. Entrada gratuita.

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