Estamos assistindo às emissoras erradas. Qual foi a última vez que você sintonizou a TV Câmara, a TV Brasil, a TV Cultura? E, então, deve me perguntar: "Por que eu o faria?". E eu respondo. Para que possa conferir Leda Nagle no Sem Censura, da TV Cultura, debatendo assuntos atuais, provocações contemporâneas e a própria cultura em si. Para que possa valorizar os programas de entrevistas da TV Brasil, como Espaço público, ou ainda o histórico Roda viva, no qual personalidades das mais diversas áreas são questionadas sobre as carreiras, as polêmicas que os rodeiam, as posições assumidas.

Embora a programação seja enfadonha, beirando o insuportável, seríamos um melhor país se sintonizássemos a TV Câmara e a TV Senado, de forma a acompanhar os trabalhos de nossos eleitos. De maneira a identificar aqueles que fazem discursos condizentes (ou não) com as promessas de campanha. Acima de tudo, uma possibilidade de diagnóstico de quem deve ou não permanecer por lá nos próximos anos.

Quaisquer 15 minutos de TV Câmara, durante um pronunciamento do presidente daquela instituição, por exemplo, seria o bastante para percebermos nossa irresponsabilidade ao legitimar a presença daquele senhor em uma casa que representa o povo. Pobre do povo cujo deus (com letra minúscula mesmo) é Eduardo Cunha.