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17/MAR/2024

Você se lembra? Estúpido cupido conquistou o público com enredo simples

Com temática típica de uma novela das 19h, a trama traxe os anos 1960 de volta a telinha

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Ataide de Almeida Jr. Publicação:02/08/2015 06:06
Tetê sonha em ser Miss Brasil: nem a atriz Françoise Forton sabia o resultado (TV Globo/Reprodução)
Tetê sonha em ser Miss Brasil: nem a atriz Françoise Forton sabia o resultado

Nos anos 1960, o rock dominava o cenário mundial. É nesse mesmo período que se passa a novela Estúpido cupido, de Mário Prata, exibida entre agosto de 1976 e fevereiro de 1977.

A história não fugia dos clichês que dominavam as novelas. Na cidade fictícia de Albuquerque, interior de São Paulo, a estudante Maria Tereza, ou Tetê, vivida pela atriz Françoise Forton, tinha o sonho de morar na capital e virar Miss Brasil. No entanto, o namorado João (Ricardo Blat) coloca uma série de empecilhos para que Maria vá atrás de seus sonhos, pois tem muitos ciúmes da amada. Além disso, a jovem ainda tem que lidar com o preconceito de ser filha de uma mulher divorciada — Olga Oliveira, interpretada pela atriz Maria Della Costa.

João também vive seus conflitos. O jovem idealista quer seguir carreira como jornalista, mas o seu pai Alcides Guimarães Filho, o Guima, interpretado pelo ator Leonardo Villar, sonha que o filho tenha outra profissão.

Além da trama central, destacava-se a atuação de Ney Latorraca, que viveu o personagem Mederiquis, um playboy, como diria a gíria da época, que era líder do conjunto de rock Personélitis Bóis e vivia com a mesada dada pelo pai. Mérito também para Luiz Armando Queiroz, que interpretou o mendigo Belchior, que tinha uma estação de rádio imaginária.

Chamava a atenção o cenário benfeito e com elementos marcantes da época. Os jovens, por exemplo, eram sempre vistos com aqueles casacos de couro, gel no cabelo e barba feita. Já as mulheres exibiam vestidos rodados, cabelos presos e tiaras.

E como esquecer da música de abertura que leva o mesmo nome da novela, na voz de Celly Campello: “Oh! oh! cupido! Vê se deixa em paz meu coração que já não pode amar. Eu amei há muito tempo atrás. Já cansei de tanto soluçar”? Estúpido cúpido foi a última trama da Globo gravada em preto e branco, mas os dois últimos capítulos foram exibidos em cores.

Trilha
As músicas da trilha sonora foram as mais pedidas nas rádios naquele tempo e o LP foi um sucesso de vendas. No disco nacional, destacavam-se as canções Banho de lua, interpretada por Celly Campello; Broto legal, cantada por Sérgio Murilo; e Biquíni amarelo, na voz de Ronnie Cord. No long play internacional, Breaking up is hard to do, com Neil Sedaka; Love me forever, do The Playing’s; e Be bop a Lula, com Gene Vincent.

Censura
Uma das personagens da novela era a freira Angélica, vivida por Elizabeth Savala. Segundo o site Memória Globo, a atriz relata que várias cenas dela sofreram censura por ter temas polêmicos envolvidos com religião. Uma delas foi quando as religiosas decidiram montar a peça O auto da Compadecida. Os censores barraram a cena, pois havia um Cristo negro na história.

Miss
O sonho de Tetê era ser Miss Brasil, e ela consegue chegar até a grande final do concurso. Para a cena da novela em que se revelaria se o desejo dela seria atendido, a produção gravou as interpretações no ginásio do Maracanãzinho, com os apresentadores reais do concurso e um público de 10 mil pessoas. A atriz Françoise Forton não sabia se a personagem se tornaria miss. Quando a anunciaram como vencedora, Forton e a plateia foram às lágrimas.


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