Relembre O Astro, uma das novelas de maior sucesso na tevê brasileira
O fenômeno de audiência 'O astro' parou o país e foi manchete de jornal há quase quatro décadas
Há exatos 38 anos, em 6 de dezembro de 1977, estreava O astro, uma das novelas de maior sucesso da teledramaturgia brasileira. A 14ª das 18 novelas que Janete Clair escreveu para a Rede Globo tornou a autora de novelas a fenômeno de comunicação de massa.
A trama mostrava a escalada social de Herculano Quintanilha (Francisco Cuoco), espécie de astrólogo e vidente de churrascaria, que entra para a direção do poderoso grupo empresarial dos Hayalla. A família era comandada pelo patriarca, Salomão. O filho mais moço, Márcio (Tony Ramos), rejeita a riqueza da família, sai de casa e conhece Herculano, que se aproxima dos Hayalla. Mais tarde, Herculano se envolve com Amanda, ex-mulher do tio de Márcio.
O último capítulo causou comoção nos 10 milhões de telespectadores que acompanhavam a novela. “Quem matou Salomão Hayalla?” era a pergunta que ecoava em todo o Brasil. Carlos Drummond de Andrade chegou a dedicar uma crônica à Janete. “Agora que O astro acabou, vamos cuidar da vida, que o Brasil está lá fora esperando”, escreveu o poeta. Foi nessa coluna que Drummond deu à autora o apelido de Usineira de Sonhos.
Em 2011, a novela ganhou uma adaptação feita por Alcides Nogueira e Geraldo Carneiro, com Rodrigo Lombardi no papel de Herculano e Francisco Cuoco vivendo um paranormal.
SAIBA MAIS
Segredo de estado
Duas semanas antes do último capítulo, a classe artística comemorou em Brasília a assinatura da lei que regulamentava a profissão de ator. No meio da festa, o então presidente Ernesto Geisel perguntou a Daniel Filho, diretor da novela: “Diga uma coisa, quem matou Salomão Hayalla?” Mas o segredo foi mantido.
Primeiro nu
O astro foi a primeira telenovela brasileira que exibiu a nudez masculina de um ator. Na cena, o personagem Márcio (Tony Ramos) renega os bens materiais de sua família. Após violenta discussão com o pai, tira a roupa e sai de casa totalmente nu, numa referência a São Francisco de Assis.
Altos índices
Com média de 80% de audiência e picos de 90%, a novela obteve índices superiores aos das transmissões dos jogos da seleção brasileira na Copa da Argentina em 1978.