A arte de moldar o vidro pelo sopro para dar forma a vasos e utilitários surgiu no fim do século 19, na ilha de Murano, próxima de Veneza, e conquistou o mundo pela história e pela beleza das peças carregadas de transparência, tons e formas únicas. No Brasil, os irmãos mineiros Antonio Carlos e Paulo Molinari — aprendizes do mestre italiano Aldo Bonora— cresceram como artistas vidreiros, desenvolveram novas técnicas e criaram peças autorais. Alguns desses trabalhos podem ser vistos na mostra Molinari— o vidro veneziano no Brasil, que reúne cerca de 80 peças entre objetos utilitários e decorativos, esculturas e joias.

O curador Carlos Eduardo França de Oliveira mapeou a produção dos artistas ao longo dos anos 1970 a 2000 para contar a trajetória da arte do vidro veneziano por meio da linguagem singular dos brasileiros que se tornaram referência mundial no manejo da técnica milenar artesanal do vidro soprado ou soffiato. “Como os Molinari têm uma produção extensa, a gente tentou fazer uma escolha adotando alguns critérios, entre eles, de crônicas e de técnica. Além disso, algumas peças únicas estarão dispostas de forma diferentes”, explica Carlos.

Os Molinari criaram a própria casa de produção vidreira, a Cristaleria São Marcos, em Poços de Caldas, município de Minas Gerais. Juntos a transformaram na maior fábrica de vidros artesanais da América Latina e, posteriormente, com a Molinari Design, dedicada à produção de peças de design em escala limitada.

Serviço

Molinari – O vidro veneziano no Brasil
Até 11 de outubro 2015, diariamente, das 9h às 21h. Local: CAIXA Cultural Brasília – Átrio dos Vitrais – Endereço: SBS – Quadra 4 – Lotes 3/4 – Asa Sul -Brasília – DF. Entrada franca. Classificação indicativa livre.