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Proibido amar enclausura três personagens com medo da contaminação de uma epidemia

Ares, Eros e Apolo se enfrentam em um jogo sádico para definir quem está apto ou não a viver

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Paula Bittar Especial CB Publicação:24/10/2014 07:40Atualização:23/10/2014 14:49

 (Michael Melo/Divulgação)


O cenário caótico e enclausurante de Proibido amar, de Rafael Salmona, promete tirar o fôlego do público brasiliense. O espetáculo traz um assunto que vem estampando as capas dos jornais do mundo todo: epidemia. A ficção está mais próxima da realidade, uma sutil confusão que pode levar a plateia a refletir sobre o tema ao desenrolar da narrativa.


É em uma sala claustrofóbica que se passa a história de três jovens submetidos à quarentena. Após contaminação de 33% da população por um vírus, o governo com medo de uma propagação adota a medida repressora contra o povo.


Ares, Eros e Apolo se enfrentam em um jogo sádico para definir quem está apto ou não a viver. O estresse toma conta dos personagens, que acabam expondo as próprias fragilidades. A tensão vivida no palco reflete na plateia pela falta da noção do tempo. A cronologia é algo que não fica claro no decorrer da peça. Não se sabe quanto tempo se passou e onde os personagens estão presos.


Para alcançar o realismo que o texto exige, os atores Rodrigo Bittesv, Rafael Vieira e João Gott trabalharam durante três meses. “Fizemos um grande trabalho de pesquisa de corpo, de som e imagem para que conseguíssemos mergulhar dentro de um universo bastante pesado, um ambiente claustrofóbico. A peça é uma hipérbole. Traz uma realidade que poderia vir acontecer, com cada personagem trilhando seu próprio caminho”, conta Rodrigo.

Duas perguntas Rafael Salmona
Qual foi a sua inspiração para escrever a peça?
A primeira versão do espetáculo foi inspirada no movimento que parou o Brasil, em junho de 2013. Com o tempo, fui modificando e adaptando para uma ficção baseada nos surtos de doenças como o ebola, por exemplo. Mas o pano de fundo que me inspirou foi sem dúvida o HIV. Comecei a estudar bastante o assunto, e o espetáculo foi ganhando forma.

O que espera provocar no público?
Quero provocar gastura em quem assistir à situação vivenciada por aqueles personagens, destacar aquela pressão e as sensações. Evidenciar o risco de se contaminar com aquele cenário possível.

Serviço
Proibido amar
De Rafael Salmona. Amanhã, às 21h, e domingo, às 20h, no Teatro Goldoni, Sala Adolfo Celi (Casa D’italia 208/209 Sul). Ingressos a R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia, para estudantes e doadores de 1kg de alimento não perecível). Não recomendado para menores de 16 anos.

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