As aventuras de Gulliver apresentou o clássico de Swift a uma nova geração
Criada pelos estúdios Hanna-Barbera a animação de 17 episódios contou a história do náufrago que conquistou o mundo da literatura
Um dos clássicos do escritor inglês Jonathan Swift, As viagens de Gulliver, de 1726, ganhou várias adaptações em diversos meios de comunicação. Na música, por exemplo, o compositor alemão Georg Philipp Telemann fez uma composição intitulada Gulliver Suite, em referência à obra.
Mas foi na televisão que Gulliver ganhou vida. Em 1968, os estúdios Hanna-Barbera lançaram o desenho As aventuras de Gulliver, com 17 episódios.
Antes de falar do desenho, vale a pena lembrar a história do livro, que é dividido em quatro partes. A trama narra o naufrágio do navio em que Gulliver estava. Após o incidente, ele é levado para a ilha Lilliput, que tem habitantes muito pequenos que vivem em guerra. Nessa aventura, Gulliver ainda conhece os brobdingnag, um outro povo, que está em paz; a ilha flutuante de Laputa; e o houyhnhm, raça de cavalos inteligentes. Cada uma das partes do livro faz uma crítica à sociedade inglesa e francesa da época.
Claro que o desenho animado foi algo mais leve. Dessa forma, na animação, a espinha dorsal da trama é a mesma. A diferença é que Gulliver está acompanhado do seu cão, aprisionado pelos lilliputianos.
Depois, com a ajuda desse povo, o gigante sai em busca de um tesouro. No entanto, como a vida de personagens de desenho animado não é fácil, eles vão ter que enfrentar o capitão Leech, que quer roubar o mapa.
De um jeito muito sutil, o desenho conservava as críticas à sociedade da época. Por um lado, Gulliver monstrava que não era por ser maior que poderia comandar os lilliputianos. Por outro, as constantes brigas entre os lilliputianos mostrava como as relações interpessoais eram comandadas por uma luta por status.
Quando foi ao ar, nos Estados Unidos, As aventuras de Gulliver fazia parte da atração Banana splits. Tratava-se de um grupo de bonecos apresentadores de desenhos. Eram quatro que comandavam o show: Fleegle, o cão beagle; Bingo, o gorila baterista; Drooper, o leão baixista; e Snorky, o elefante tecladista.
No Brasil As aventuras de Gulliver foi exibido na extinta TV Manchete.
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Dublagem
Uma das estrelas dos estúdios Hanna-Barbera, nos Estados Unidos, foi a responsável por dar voz ao personagem de Gulliver na televisão. Jerry Dexter, que começou a trabalhar na dublagem em 1967, também interpretou Alan, em Josie e as gatinhas; Drak Pack, em Superboy; e Aqualad, na série Aquaman. No Brasil, o protagonista ganhou a voz de Luís Manuel, que ficou conhecido por Mickey Mouse, na série Mickey Mouse dos anos de 1960; e de Pica-Pau, na primeira dublagem para a tevê.
Adaptações
Além do desenho animado e da música, o livro de Gulliver ganhou outras adaptações para o cinema e para a televisão. Em 1979, com o título original do livro, uma empresa da Austrália lançou uma animação para a tevê local. Três anos depois, Frank Finlay e Elisabeth Sladen faziam a minissérie Gulliver em Lilliput.
Em 1996, Ted Danson e Mary Steenburgen protagonizam As aventuras de Gulliver, voltada para as emissoras norte-americanas. E, em 2010, Jack Black deu vida à versão mais nova da história para os cinemas. Nos quadrinhos, vale ressaltar a obra de Milo Manara, desenhista alemão, que fez uma paródia erótica do desenho, chamada Gullivera.